quarta-feira, 25 de julho de 2012

Não deixem morrer Batutas...

Só falamos dos blocos carnavalescos no mês do Carnaval ou pouco antes deste.
Mas no caso do Batutas (o bloco de meu coração) as chamadas devem ser constantes, daí eu transcrever a matéria da Folha de PE, por si só explicativa:

(Lembramos que TODOS os domingos às 17:00h tem baile com a Batutas Jazz Band e Seu Lucas com sua voz...)
... Ela é Deusa do Mercado de São José...

Para a tinta não apagar...

Grande Recife
Batutas de São José passa por dificuldades

Agremiação não concorrerá em sua categoria este ano


21/01/2012 00:37 - Marcílio Albuquerque - Especial para a Folha


Arthur Mota/Arquivo Folha

BLOCO, um dos mais tradicionais do Estado, irá completar 80 anos de existência
GRUPO é composto, em sua maioria, por mulheres
Um encantamento particular envolvido entre confetes e serpentinas, capaz de envolver a todos e promover uma verdadeira paixão pelos dias de Momo. Não existiria outra forma para compreender a paixão, dedicação e envolvimento dos verdadeiros guerreiros, também chamados de carnavalescos, que integram o Bloco Misto Batutas de São José. Atualmente o grupo é composto, em sua grande maioria por mulheres, que comprovam realmente fazerem jus ao título de melhor idade. Boa parte está na faixa dos 50 a 70 anos, demonstrando que escolheram aproveitar a vida ao máximo, em meio a um mundo de fantasia e muita alegria. Apesar da trajetória de folia e exaltação à cultura, também existem as dificuldades.

Neste ano, mais precisamente no mês de junho, os Batutas completam oito décadas de existência e mais do que nunca, carecem de apoio para seguir em frente. Para a atual presidente da agremiação, Nadira Almeida, o bloco é muito mais que Carnaval, mas uma extensão da sua vida. No alto dos seus 70 anos de idade, 35 deles dedicados à magia que sucedem os flabelos, ela denuncia a situação de abandono e a desvalorização existente.Há cerca de três anos, um incêndio destruiu a sede do bloco, levando em meio às labaredas um pouco da sua narrativa. Na ocasião, além do prejuízo estrutural, foi perdida parte do registro histórico, fantasias, fotografias e toda a documentação da entidade.Para a sorridente Rute Silva, de 58 anos, tesoureira da lírica agremiação, o atual cenário é crítico. Para o Carnaval deste ano, devido a questões burocráticas, não conseguiram se inscrever a tempo de concorrer em sua categoria.

A única alternativa encontrada para não deixar de sair às ruas foi optar pelo desfile sem as tradicionais fantasias, apresentando uma roupagem mais singela, exclusiva na cor branca, com recursos próprios de cada componente.Os remanescentes do bairro de São José, na verdade, congregam-se no bairro de Afogados, no Recife, onde está localizada a sua sede. Sem recursos próprios e sem a ajuda de órgãos governamentais, a formação sobrevive através das poucas doações que recebem, além da venda de CDs, camisetas e o investimento de sua diretoria. Aos domingos, o clima mágico é reaceso com a realização de nostálgicas matinês, sempre a partir das 17h, onde prevalecem a música, o brilho e a jovialidade.“Precisamos da ajuda dos amantes do Carnaval para tirar os batutas do esquecimento. Temos que resgatar a nossa identidade e assim voltar à cena pernambucana”, destacou Nadira. Ela lamenta o número expressivo de integrantes que se afastaram do grupo, já que das 100 pessoas que juntas ganhavam as ruas, hoje, apenas cerca de 20 permanecem. “Os jovens não querem se unir a nós, mas a idade não diminui a nossa força, temos ainda muito gás para brincar”, contou a entusiasmada líder, que já vendeu até galeto na praça, para conseguir dinheiro para os desfiles.

Serviço
Batutas de São José
endereço: Rua Cabedelo, 60 - Afogados, Recife/PE.
Fone: (81) 3428-3768

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