sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Período Natalesco

Sempre achei o Natal muito carnavalesco: muito brilho, muitas luzes, muita gente, muita música, muito barulho, muitos enfeites. Pr'a mim é uma só festa, que dura quase três meses (dependendo da data do Carnaval, que "alguém que não tinha o que fazer" quer modificar, mas isso é outra conversa.).

Assim, já que estamos no meio do período "natalesco", pois tá quase no finalzinho do ano, vai aí uma dica legal para fazer bonito no Frevo (agora Internacional!!!!!).
Fazer o passo pode ser de qualquer jeito, sem uita regra, sem passinhos muito elaborados, essas coisas e tal, mas aqueles mais exigentes com a sua "coreo" quer uma sombrinha legal, que não revire na primeira passada de sombrinha por baixo da perna, né?

Vi essa dica no blog dos Guerreiros do Passo e aí eu repasso pra vocês:



Novidade em matéria de Sombrinhas de Frevo

 
Artista pernambucano confecciona sombrinhas do carnaval com qualidade
Há algum tempo não vemos no comércio local, e nem nas lojas especializadas - se é que elas ainda existem - sombrinhas de frevo que tenham uma boa durabilidade e que suportem os diversos giros, pulos e saltos que o passista executa no carnaval.
Encontramos sim, algumas porcarias de três a cinco reais, que, de tão frágeis, parece mais um adereço descartável de qualquer folião mequetrefe. Na verdade, as sombrinhas que são comercializadas não duram sequer um treino mais forte, e mesmo com preço baixíssimo, não vale a pena perder seu tempo e dinheiro.

Agora, quem quiser adquirir uma sombrinha de frevo realmente de qualidade para fazer àquele passo rasgado ou pular nas ruas do Recife e ladeiras de Olinda, já tem onde encontrar um produto de categoria no mercado. Foi lançado recentemente por um artista da nossa região um material de excelente nível, preparado artesanalmente e montado para aguentar os mais variados movimentos do nosso ritmo centenário.

O responsável por esta novidade é o artesão e passista Ricardo Barbosa, integrante das oficinas do grupo Guerreiros do Passo e da Escola Municipal de Frevo do Recife. Ricardo vem preencher uma lacuna desse utensílio no comércio, proporcionando aos nossos foliões uma sombrinha verdadeiramente de grande padrão, que certamente levará à todos a esquecerem as que são vendidas na cidade.

Todos os sábados no Projeto realizado pelos Guerreiros do Passo na Praça do Hipódromo, a sombrinha é constantemente avaliada pelos participantes do lugar, e a cada dia, reforça-se o conceito de um artigo realmente de características especiais.

Especificações Técnicas
Criada para dançarinos de diferentes idades e aptidões, esta sombrinha de Frevo tem toda sua estrutura reforçada, com tecido de cobertura em lona de algodão e acabamento revestido em tela; cabo trabalhado, bico e pontas das hastes em madeira; varão em alumínio resistente e hastes duplicadas em alumínio e ferro. Fechando o conjunto, um tipo de “Case” (saco em lona) com alça de corda para guardar a sombrinha.
Ricardo Barbosa

 
Ligue já e reserve a sua. Faça o seu pedido pelo email:
ricardobarbosadonascimento@hotmail.com 
ou pelo celular (81) 86224791

Lembrando que um bom passista deve ter sempre em mãos um equipamento adequado para desenvolver suas atividades, apropriado aos melhores e competentes profissionais de dança. 


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pr'a comemorar o Fim do Mundo nada melhor que o Dia Seguinte

que tal comemorar o Fim do Mundo com o Dia Seguinte
num 
Grande Espetáculo!!!!

Recife e Olinda têm o primeiro espetáculo montado por um Afoxé
Após 4 anos o Afoxé Oxum Panda retoma suas atividades de educação popular com o lançamento de seu primeiro espetáculo


Iniciado em novembro de 2007 e executado no verão 2007/2008 o Projeto “Oxum Panda Construindo Nossa Identidade!”, foi retomado este ano após conseguir ser contemplado pelo Fundo de Incentivo a Cultura – SIC Funcultura 2010/2011 do Governo do Estado de Pernambuco. Com as oficinas de percussão ijexá e nagô, dança afro, corte e costura e estética afro, o projeto tem por objetivo principal o da reestruturação do Afoxé Oxum Panda, com formação de novos quadros de educadores populares e elenco de palco.
O projeto, que vem acontecendo desde 14 de abril deste ano nas comunidades do Barro e de Peixinhos, tem por meta final a montagem do Espetáculo Musical “Ìyá Ominibu”, termo da tradição Yorubana que significa “mãe da águas profundas”, um termo ou título dado ao Orixá Oxum, matrona do Afoxé Oxum Panda. Este espetáculo conta a história da criação do mundo e dos homens a partir do orixá Oxum, deusa da fertilidade e da prosperidade, muito cultuada entre as comunidades tradicionais de matriz africana no Brasil. Assim o projeto reúne alguns dos melhores profissionais das áreas de percussão, dança e estética afro, e cultura e história negra de Pernambuco e do Brasil, todos colaboradores do Afoxé, como Dadá Santana (Bailarina e Coreógrafa), Lepê Correia (Mestre em Literatura Africana) e Jorge Riba, percussionista, cantor, e principal compositor do afoxé, que tem como missão a de repassar todo o seu conhecimento de percussão adquirido em seus 30 anos de estrada artística.  “O intuito é o de reestruturar o Afoxé e deixar como herança jovens negros multiplicadores com consciência política e sua identidade negra fortalecida”, declara Jorge Riba. Outro compromisso deixado pelo Afoxé, é que com este espetáculo vem também para facilitar a implementação da Leis 10.639/03 que trata do ensino da história e cultura africana e afrobrasileira no currículo escolar. O Ìyá Ominibu, vem suprir também uma lacuna deixada na educação brasileira, onde apenas os conhecimentos orais podem preencher.
Este espetáculo estreará neste sábado, dia 22 de dezembro, a partir das 18h, na Refinaria Multicultural Nascedouro de Peixinhos, e nas datas 27 de dezembro no espaço Ilumiara Zumbi, Cidade Tabajara, 05 de Janeiro na Sede do Maracatu Porto Rico e dia 06 de janeiro durante o ensaio aberto do Maracatu Varzea do Capibaribe na Torre Malakoff, e terá a participação especial de Alagbes do Afoxé Ogum Toberinã de Olinda e o Percussionista Rivaldo Pessoa. Entrada franca. O projeto é uma realização da Nativa Comunicação em parceria com o Afoxé Oxum Pandá e tem a produção da Duafe Produções. Incentivo Funcultura. Informações 8544 6374 / 9463 2005 / 9761 6984.


http://www.youtube.com/watch?v=yOae12xVQQk


ESPETÁCULO ÌYÁ OMINIBU
DIA 22 DEZ | 19H | REFINARIA MULTICULTURAL, NASCEDOURO DE PEIXINHOS
DIA 27 DEZ | 20H | ESPAÇO ILUMIARA ZUMBI | CIDADE ATABAJARA
DIA 05 JAN | 21H | SEDE DO MARACATU PORTO RICO | PINA
DIA 06 JAN | 18h |  ENSAIO DO MARACATU VARZEA DO CAPIBARIBE | TORRE MALAKOFF | RECIFE ANTIGO
ENTRADA FRANCA
 
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DE ALAGBES DO AFOXÉ OGUM TOBERINÃ E O PERCUSSIONISTA RIVALDO PESSOA.





sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Arrumadinho

Todos os recifenses conhecem o ARRUMADINHO. Prato típico desdes os barzinhos "copo sujo" aos mais sofisticados, passando pelos de comidas típicas apresentam este iguaria como opção.
Trata-se de feijão verde, charque ou carne de sol, farofinha e vinagrete que é servido bem arrumadinho, mas que na verdade o que mais se faz é desarrumá-lo na hora que ele vem para mesa e o mais gostoso é comer em grupo mesmo, no mesmo prato, às vezes até com o mesmo garfo ou colher (espalha tudo pela mesa - é uma bagunça!).

Porém, pensando que já tinha conhecido todo tipo de aarumadinho, eis que me deparo com um ARRUMADÃO!!!!

Ei-lo!


Outro ângulo:






Ok! Falei o milagre, logo tenho que falar do santo, né?

Fica no Cabo de Santo Agostinho. O local é muito legal! Lembra o Capibar (quem conhece sabe do que tou falando).

Esse arrumadão não leva farofa, mas charque, legumes (muito!),  feijão macassa e por cima vem um caranguejo. E o dono da venda é muito, mas muito simpático.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Filme sobre Malunguinho - Grátis - Cine São Luiz

Transcrevo sem vergonha, pois acho que vale a pena de ser chamada de sem-vergonha!!! Por uma boa causa.

 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Filme "Malunguinho" estréia no Cinema São Luiz (Recife) e na TVU com exibição especial na televisão pernambucana no Dia da Consciência Negra


Filme "Malunguinho" 
estréia no Cinema São Luiz (Recife) e na TVU com exibição especial na televisão pernambucana no Dia da Consciência Negra 
Divindade, guerreiro, negro/índio e ícone da resistência quilombola no Recife. Por mais de 177 anos Malunguinho vem sendo cultuado nos terreiros de Jurema Sagrada do Nordeste, mas ainda é desconhecido do povo e ignorado pela branca historiografia oficial do Brasil. No Dia da Consciência Negra, nesta terça-feira (20), ele ganha um filme homônimo que estréia no Cinema São Luiz, às 19h. 
Lado a lado, o documentário reproduz o que seria a rotina dos quilombolas do século 19 na Mata Norte pernambucana, ao mesmo tempo em que apresenta o culto da Jurema numa observação respeitosa e sensorial a três terreiros da região metropolitana do Recife. Imagens que são entrecortadas pelas entrevistas de João Monteiro, Alexandre L'Omi L'Odò e Sandro de Jucá, estudiosos e praticantes da Jurema (religião de matriz indígena com influência africana) sobre o papel marginal dado aos quilombos nos documentos e livros de história. 
Malunguinho liderou o quilombo do Catucá, nos arredores de Recife, no início do século XIX. O enfrentamento de tropas e os diversos saques e sublevações promovidos pelo seu grupo ficaram registrados na correspondência entre as autoridades da época, em documentos históricos guardados no Arquivo Público do Estado Pernambuco e ainda não totalmente revelados. Após seu assassinato em setembro de 1835, o líder quilombola passou em definitivo a ser cultuado pelos praticantes da Jurema Sagrada, segundo os historiadores do projeto, que defendem a sua inclusão no panteão dos heróis da pátria, ao lado de Zumbi dos Palmares. 
“Malunguinho” é uma produção do Coletivo Asterisco idealizada pelo grupo do Quilombo Cultural Malunguinho e digirida por Felipe Peres Calheiros" (Até Onde a Vista Alcança, 2007, e Acercadacana, 2010), diretor cuja filmografia tem estreitado relação com a militância em prol dos direitos humanos. “As feridas da escravidão e da violência branca ainda não estancaram em nosso país. Basta observar o mundo e analisar os indicadores sociais para noticiar a permanência da exclusão dos negros e índios”.

Selecionado como produto para televisão em edital do Funcultura de 2010, o média de 48 minutos também será exibido, na terça (20), na TV Universitária, às 21h, e passa no mesmo dia no Cinema da Fundação, às 9h, para alunos da rede pública. Em 2013, um curta-metragem (com proposta mais autoral e novas imagens) de “Malunguinho” deve circular nos festivais de cinema.
Serviço:
Filme "Malunguinho" 47'min.
Lançamento no Cinema São Luiz - Rua da Aurora, Centro do Recife
Gratis
Haverá debate com integrantes do projeto "Tem Preto na Tela"
Contatos: 81. 8887-1496 / 9428-4898 

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomildo@gmail.com

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sobre Irmãos Eventos

Eu gostaria da ajuda de pessoas que sabem sobre os Irmãos Eventos. Qualquer informação sobre os dois, por favor me informem.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Walter Damatta

Walter Damatta. Elogios... Auto-explicativos.
 
       
Tomo a liberdade de transcrever a entrevista do http://www.conexaobrasil.net.br.
 
 
Olinda cidade multicores
 
“O nordeste é muito rico e colorido. A bandeira de Pernambuco já diz muito sobre suas belezas. Temos muita história para contar. Recife e Olinda são feitas de gente cheia de calos e arte nas veias. Sou criado nas ladeiras de Olinda”.
 
Walter Damatta - Artista Plástico.

 
 
 
Conexão Brasil entrevistou com exclusividade o artista plástico recifense Walter Damatta. Com 47 anos, mas cheio de jovialidade, com aparência de 30, como declarou ao repórter, Damatta apresenta as principais obras que transmistem a arte pernambucana, e fala sobre o preconceito que enfrentou do pai para seguir carreira, o uso das "novas" tecnologias no processo de produção, a importância dos professores para sua formação, a utilização de materias recicláveis, além de reviver momentos especias nas ladeiras do Centro Histórico de Olinda, onde o avô confeccionou o primeiro estandarte das "Pitombeiras dos 4 cantos de Olinda",no bloco carnavalesco Bacalhau do Batata. Confira!
 
Antonio Nelson - Como nasceu o talento para Arte?
 
Walter Damatta - Desde o primeiro grito que dei na maternidade de São Marcos, no Recife. Plena ditadura, dia 12 de dezembro de 1964. Minha mãe conta que abriu olhos e viu um “sol grande” nascendo no horizonte. Tinha muita cor e luz. Na sala de cirurgia não havia janelas. Ela diz sempre que sabia que eu ia ser artista. Acredito que nascemos artistas. Se nós vamos dar continuidade é outra coisa. Oportunidade, talento e dedicação são imprescindíveis. Eu pedia para meu pai comprar aqueles discos de vinis, que contavam estórias infantis. Eu montava uma peça teatral com meus amiguinhos e ainda confeccionava as máscaras da peça com sacolas de papel de padaria. Meu sonho era ser cantor. Entrei para o coral e comecei a estudar canto. Foi onde tudo começou ao mesmo tempo. Canto, teatro e artes plásticas.
 
Antonio Nelson – Quais são suas referências na Escola da Arte nacional e mundial? 
 
Walter Damatta - Gosto muito de Cícero Dias, Marc Chagall, Modigliani, Miró, Fernando Botero, Gilvan Samico, entre outros. Estudei desenho e pintura no MAC - Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, em Olinda. Zé de Moura, João Câmara, Delano, Carlos Viana foram alguns de meus professores.  Eu sempre gostei de desenhar. Riscava as paredes da casa. As capas de caderno e até os rolos de papel higiênico. Retratava os amigos da escola. Fazia caricaturas grosseiras de meus professores de matemática. Sempre fui péssimo nessa matéria. Pintava rostos de pessoas que eu nunca tinha visto. Sempre gostei das figuras humanas.
 
Antonio Nelson - Como foi ter como professores Zé Moura, João Câmara, Delano e Carlos Viana?
 
Walter Damatta - Em 1982. Eu era muito tímido, cheio de neuras e dúvidas. Meu pai sempre achou que ser artista era o mesmo que ser maconheiro, viado e vagabundo. Eu quase acreditei nele, e assim perdi muito tempo. Ele queria que eu fosse tudo, menos artista. Quando fiz o MAC deparei com uma realidade bem diferente. Gente vivendo de arte, gente apreciando arte. Embora tímido, me senti em casa. Confesso que não foi exatamente o curso que me deu "régua e compasso". Talvez até hoje, eu ainda não tenha encontrado o caminho. Descobri muitas técnicas e personagens que trabalho atualmente, sozinho. Todos os professores eram figurativos, por isso, acredito que talvez a minha paixão por figuras humanas tenha vindo da convivência com eles. Lembro-me que quando entrei no curso havia aproximadamente 35 alunos... No final, restaram uns 12. Nunca encontrei nenhum deles no cenário das artes plásticas. Reencontrei o Zé de Moura numa exposição no Recife, e conversamos um pouco. De qualquer forma, para o mercado de artes, alguns acreditam que é interessante ter tido mestres como eles. Eu Considero que o aprendizado é para sempre. E tem muito artista talentoso por aí que se vira sozinho, e é infinitamente melhor que alguns dos velhos mestres famosos.
 
Antonio Nelson – O que Olinda e Recife têm para expor ao mundo?         
           
Walter Damatta - Originalidade. Identidade. Arte de um povo de coragem. Povo criativo e persistente. O nordeste é muito rico e colorido. A bandeira de Pernambuco já diz muito de sobre suas belezas. Temos muita história para contar. Recife e Olinda são feitas de gente cheia de calos e arte nas veias. Sou criado nas ladeiras de Olinda. Rua do Bonfim, no pé da ladeira da Sé. Morávamos pertinho de um restaurante, em que o garçon "Batata", do bloco "Bacalhau do Batata" era amigo do meu pai. Meus avós moravam nos 4 cantos, Centro Histórico de Olinda. Meu avô confeccionou o primeiro estandarte das "Pitombeiras dos 4 cantos de Olinda",troça carnavalesca. Tudo é muito mágico aqui. Tive a sorte de ter nascido aqui.
 
Antonio Nelson – Quais suas principais obras?
 
Walter Damatta - Tenho muitas fases, mas considero que meu grande momento foi o Festival internacional de mamulengo, o SESI Bonecos do mundo. Embora a agência "Aliança de Comunicação" não tenha citado meu nome em lugar algum. Nessa época, eu trabalhava com resíduos sólidos, garrafas plásticas, papel, lixo reaproveitável. Confeccionei em tempo recorde três bonecos de mamulengos. Eram três modelos: uma ruiva, um velho e um negro. Campanha publicitária "Tão vivo que parece gente". Fiz as cabeças com garrafas PET. Foi um sucesso. Esse festival andou o Brasil todo. Meus trabalhos onde aproveito o lixo são muito admirados.
 
Antonio Nelson – As “novas” tecnologias possibilitam mais criatividade e rompem fronteiras?
 
Walter Damatta - Consigo me comunicar com artistas do mundo através de uma rede social, Facebook. Troco experiências, técnicas, convites. A internet ajudou muito na divulgação de minha arte. Tanto nas artes plásticas, como no teatro e na música também. Pois também trabalho com outras modalidades de arte.
 
Antonio Nelson – Como funciona seu processo criativo?
 
Walter Damatta - É um processo muito solitário. Sempre trabalho ouvindo música, notícias do mundo. Gosto de estar livre para pensar, embora isso nem sempre seja possível. Vejo-me ainda preso em nome da sobrevivência. Ainda aceito certas encomendas para pagar as contas no final do mês. Sinto-me meio prostituto em alguns momentos, trabalhos. Viver de arte é um tanto complicado. A dor, a alegria, os amores, e amigos. Fatos da vida são inspirações para mim. O resto é muito trabalho e concentração. 
 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Cabeça de Porco o Filme - Workfilm - 20 e 21/10/2012



16 de Agosto de 2012 10:08
O ator, produtor e diretor carioca Cláudio de Andrade, estará em Recife nos dias 20 e 21 de Outubro em Recife para ministrar o Workfilm, que proporcionará a oportunidade dos alunos a participarem do seu longa-metragem Cabeça de Porco o filme. Apesar de ser carioca e atualmente morar em São Paulo Cláudio de Andrade, se inspirou no Nordeste para contar a história de Raimundo Nonato e dos demais migrantes nordestinos que saem de suas cidades para tentar uma vida melhor em São Paulo. Uma Tragicomédia que terá como núcleo principal os moradores de um cortiço, daí a origem do nome filme.
O projeto Casa de Atores Pernambuco coordenado pela Atriz e Publicitária Wanessa Guedes, se uniu ao projeto para proporcionar aos atores de toda região do Nordeste e locais, a oportunidade de aprender e realizar o que podemos chamar do sonho de muitos estrelar um filme nacional.
“As pessoas ainda perguntam porque pagarem um preço relativamente “alto” para aparecer, a ideia é justamente quebrar este tipo de pensamento dos atores, na verdade neste projeto ninguém está pagando para “aparecer”, estão na verdade se matriculando em um Workfilm com um grande profissional e experiência, só de atuação na Globo o Cláudio tem mais de 21 anos, fora o teatro e demais produções. As pessoas tem que entender que tudo na vida requer um investimento, afinal, sempre faço uma comparação simples, os atores passam algum tempo estudando e se entristecem quando são mau remunerados, ou simplesmente são chamados para trabalhar de graça, eu por exemplo passei 04 anos na faculdade e hoje me valorizo como profissional, as pessoas tem que separar preço de valor, esta experiência é de um valor enorme e que servirá para toda a vida e inclusive pode abrir outras portas, vivemos uma realidade cênica atual muito restrita, as vezes acontecem testes ou até mesmo quando vimos o filme já está sendo lançado e grandes atores da região não tem a oportunidade sequer de passar por uma seleção, é algo que os cineastas, diretores e produtores de elenco local precisam refletir, abrir as seleções e conhecer novos talentos, sem que sejam por indicação ou amizade, tem muita gente talentosa do Nordeste e em Pernambuco nem se fala”. Afirma a atriz
Informações Gerais.
Workfilm – Cabeça de Porco o Filme.
Dias 20 e 21 de Outubro.
Local: Villa Boa Vista – Rua Luiz Barbalho, 149 Boa Vista
Investmento:
R$ 600,00 á vista ou 3x de R$ 220,00 nos cartões Visa e Master.
Contato: casadeatorespe@hotmail.com


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Maracatu Nação Cambinda Estrela

Encontro na sede do baque

ENCONTRO NA SEDE COM O BAQUE AS 12:30H TODO MUNDO COM O PADRÃO (CAMISETA BRANCA E CALÇA VERMELHA) ESPERAMOS POR TODOS E TODAS. DIA: 19 DE AGOSTO - DOMINGOAPRESENTAÇÃO DO Cambinda Estrela EM FRENTE À IGREJA DO CARMO ÀS 13:00 HORAS. AXÉ! 

Um pouquinho do Cambinda Estrela

 

Maracatu Nação Cambinda Estrela

Cambinda Estrela. 

Localizado em Chão de Estrela desde meados da década de 1990, este maracatu tem um história interessantíssima. Fundado como maracatu de baque solto no início dos anos trinta do século XX, por migrantes oriundos da zona da mata norte, virou seu baque provavelmente da década de 1960, quando a Federação Carnavalesca considerava este tipo de maracatu como um deturpação dos autênticos e legítimos maracatus africanos. 

"Zezinho", pai de santo e morador do Alto Santa Isabel, como caboclo de lança no Cambinda Estrela

Cambinda Estrela
Acervo Arquivo Público Jordão Emerenciano

Como maracatu de baque virado foi mestrado por Natércio e contou entre seu batuqueiros ninguém menos do que Toinho (atual mestre do Encanto da Alegria). Também abrilhantava o grupo - no verdadeiro sentido da palavra abrilhantar - o conhecido pai de santo Mário Miranda, também conhecido como Maria Aparecida. Para o Cambinda Estrela levava suas baianas e  não há quem não se referia à Maria Aparecida como um verdadeiro shown.
Nos anos 1990 o Cambinda Estrela deixou de desfilar, e foi reativado em 1995 por um grupo de moradores de Chão de Estrelas e estudantes universitários. Desde 1997 está sendo dirigido pelo Mestre Ivaldo Marciano.
Para ver imagens do Cambinda Estrela.     
Fonte: http://www.historiamaracatusnacao.com/2011/05/cambinda-estrela.html - 16/08/2012.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Parque - Patrimônio Cultural - Humanismo




É consenso que parques urbanos são importantes para a saúde, lazer, educação ambiental e principalmente para a sociabilização das pessoas.
No caso específico do Arraial Novo do Bom Jesus soma-se a tudo isto a importância histórico-cultural do local.
Mais um local para a gente visitar enquanto a tinta (ou uma construtora) não apague.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pr'o lodo não apagar - Estamos mergulhando no lugar comum: a fonte.

Pareço-me com zzzzzzzenas de pessoas ao falar sobre o tema abaixo:
De verdade, me preocupo com o lugarzinho que escolhi para ficar no finalzinho da tarde...
... No sábado pela manhã...
... Nas prévias de carnaval...
... Nos dias sem festividades...
A Maciel Pinheiro tá demais, ví?!
Sujeira, mau cheiro, destruição de bancos, Clarice Lispector (nem se fala!), pessoas deitadas nos bancos, brigas constantes dos "noiados" (ai que saudade dos cheira-cola!), etc...


A única coisa organizada ali é a nossa Rainha Juracy.
Que a prefeitura no Carnaval próximo passado, resolveu retirá-la dali. (Leia sobre o tema: Jomard Muniz de Brito - http://antoniafuxica.blogspot.com.br/2011/11/quero-nao-queremos-muito-mais.html)
Mas a Rainha, GRAÇAS AOS BONS VENTOS voltou.
Era a única pessoa que cuidava da pracinha.
Mas, suponho eu, que ela também esteja com receios de voltar a tratar de Sua pracinha.
Quem é frequentador de longas datas vai confirmar: Juracy tinha esta praça como o jardim de sua casa.
Mas a Prefeitura cuidou de acabar... Com esse NOSSO prazer...

Ela já foi assim...

Avia PCR, pr'o lodo não apagar...

Singela Procissão de Sant'Ana - 26/07/2012

Para a tinta não apagar as coisas simples...



Registro de uma singela procissão que ocorre todos os anos numa comunidade também muito singela.


Sino da Capela - 26/12/2012

A ala dos anjinhos da Procissão - 26/12/2012

 Capelinha

Capelinha



As imagens que tive o prazer de vivenciar...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Não deixem morrer Batutas...

Só falamos dos blocos carnavalescos no mês do Carnaval ou pouco antes deste.
Mas no caso do Batutas (o bloco de meu coração) as chamadas devem ser constantes, daí eu transcrever a matéria da Folha de PE, por si só explicativa:

(Lembramos que TODOS os domingos às 17:00h tem baile com a Batutas Jazz Band e Seu Lucas com sua voz...)
... Ela é Deusa do Mercado de São José...

Para a tinta não apagar...

Grande Recife
Batutas de São José passa por dificuldades

Agremiação não concorrerá em sua categoria este ano


21/01/2012 00:37 - Marcílio Albuquerque - Especial para a Folha


Arthur Mota/Arquivo Folha

BLOCO, um dos mais tradicionais do Estado, irá completar 80 anos de existência
GRUPO é composto, em sua maioria, por mulheres
Um encantamento particular envolvido entre confetes e serpentinas, capaz de envolver a todos e promover uma verdadeira paixão pelos dias de Momo. Não existiria outra forma para compreender a paixão, dedicação e envolvimento dos verdadeiros guerreiros, também chamados de carnavalescos, que integram o Bloco Misto Batutas de São José. Atualmente o grupo é composto, em sua grande maioria por mulheres, que comprovam realmente fazerem jus ao título de melhor idade. Boa parte está na faixa dos 50 a 70 anos, demonstrando que escolheram aproveitar a vida ao máximo, em meio a um mundo de fantasia e muita alegria. Apesar da trajetória de folia e exaltação à cultura, também existem as dificuldades.

Neste ano, mais precisamente no mês de junho, os Batutas completam oito décadas de existência e mais do que nunca, carecem de apoio para seguir em frente. Para a atual presidente da agremiação, Nadira Almeida, o bloco é muito mais que Carnaval, mas uma extensão da sua vida. No alto dos seus 70 anos de idade, 35 deles dedicados à magia que sucedem os flabelos, ela denuncia a situação de abandono e a desvalorização existente.Há cerca de três anos, um incêndio destruiu a sede do bloco, levando em meio às labaredas um pouco da sua narrativa. Na ocasião, além do prejuízo estrutural, foi perdida parte do registro histórico, fantasias, fotografias e toda a documentação da entidade.Para a sorridente Rute Silva, de 58 anos, tesoureira da lírica agremiação, o atual cenário é crítico. Para o Carnaval deste ano, devido a questões burocráticas, não conseguiram se inscrever a tempo de concorrer em sua categoria.

A única alternativa encontrada para não deixar de sair às ruas foi optar pelo desfile sem as tradicionais fantasias, apresentando uma roupagem mais singela, exclusiva na cor branca, com recursos próprios de cada componente.Os remanescentes do bairro de São José, na verdade, congregam-se no bairro de Afogados, no Recife, onde está localizada a sua sede. Sem recursos próprios e sem a ajuda de órgãos governamentais, a formação sobrevive através das poucas doações que recebem, além da venda de CDs, camisetas e o investimento de sua diretoria. Aos domingos, o clima mágico é reaceso com a realização de nostálgicas matinês, sempre a partir das 17h, onde prevalecem a música, o brilho e a jovialidade.“Precisamos da ajuda dos amantes do Carnaval para tirar os batutas do esquecimento. Temos que resgatar a nossa identidade e assim voltar à cena pernambucana”, destacou Nadira. Ela lamenta o número expressivo de integrantes que se afastaram do grupo, já que das 100 pessoas que juntas ganhavam as ruas, hoje, apenas cerca de 20 permanecem. “Os jovens não querem se unir a nós, mas a idade não diminui a nossa força, temos ainda muito gás para brincar”, contou a entusiasmada líder, que já vendeu até galeto na praça, para conseguir dinheiro para os desfiles.

Serviço
Batutas de São José
endereço: Rua Cabedelo, 60 - Afogados, Recife/PE.
Fone: (81) 3428-3768

Traz FELICIDADE: Um abraço negro... Um sorriso negro...

MAGIA NEGRA

Magia negra era o Pelé jogando, Cartola compondo, Milton cantando. Magia negra é o poema de Castro Alves, o samba de jovelina...Magia negra é Djavan, Emicida, Mano Brow, Thalma de Freitas, Simonal. Magia negra é Drogba, Fela kuti, JamMagia negra é dona Edith recitando no Sarau da Cooperifa. Carolina de Jesus é pura magia negra. Garrincha tinhas 2 pernas mágicas e negras James Brow. Milton Santos é pura magia.Não posso ouvir a palavra magia negra que me transformo num dragão.Michael Jackson e Jordan é magia negra. Cafu, Milton Gonçalves, Dona Ivone Lara, Jeferson De, Robinho, Daiane dos Santos é magia negra.Fabiana Cozza, Machado de Assis, James Baldwin, Alice Walker, Nelson Mandela, Tupac, isso é o que chamo de magia negra.Magia negra é Malcon X. Martin Luther King, Mussum, Zumbi, João Antônio, Candeia e Paulinho da Viola. Usain Bolt, Elza Soares, Sarah Vaughan, Billy Holliday e Nina Simone é magia mais do que negra.Eu faço magia negra quando danço Fundo de quintal e Bob Marley.Cruz e Souza, Zózimo, Spike Lee, tudo é magia negra neles. Umoja, Espirito de Zumbi, Afro Koteban...É mestre Bimba, é Vai-Vai é Mangueira todas as escolas transformando quartas-feira de cinza em alegria de primeira.Magia negra é Sabotage, MV Bill, Anderson Silva e Solano trindade.Pepetela, Ondjaki, Ana Paula Taveres, João Mello... Magia negra.Magia negra são os brancos que são solidários na luta contra o racismo.Magia negra é o RAP, O Samba, o Blues, o Rock, Hip Hop de Africabambaataa.Magia negra é magia que não acaba mais.É isso e mais um monte de coisa que é magia negra.O resto é feitiço racista. (Poeta Sergio Vaz)" dele

Preconceito religioso EXPLÍCITO

Povo de terreiro de Pernambuco protesta na mídia contra as acusações de prática de sacrifícios humanos

O Quilombo Cultural Malunguinho convocou o programa de Cardinot da TV Clube/Record (programa exibido em 16/07/2012) para prestar esclarecimento público e realizar defesa contra as acusações da mídia e da polícia referentes ao cruel sacrifício humano do menino Flânio de 9 anos do Brejo da Madre de Deus praticados supostamente por "pais e mães de santo". Gravamos o programa no Ilé Iyemojá Ògúnté, casa de tradição nagô dos netos biológicos de Pai Adão, em Água Fria/PE. Nós do QCM agimos imediatamente ao vermos neste programa a imagem das religiões de matrizes africanas e indígenas vilipendiadas vastamente pelas falas discriminatórias e infundadas dos atores do caso e dos apresentadores deste e também de outros programas sensacionalistas de algumas emissoras. O caso se tornou muito mais polêmico com o quebra de 7 terreiros e um templo do Vale do Amanhecer realizado por mais de 3 mil vândalos do local do crime.
Maiores detalhes, acessar o blog http://alexandrelomilodo.blogspot.com.br/

Intolerância religiosa

Encontro de Poesia e Prosa

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vaca atolada

Pense num lugarzinho bom, baratinho e que Vaca Atolada!
O que é Vaca Atolada? Vai lá e come pra sentir!
Fica em Lagoa do Carro, bem na estradinha...
Eu adoro!!!!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pré-ocupação do Cais José Estelita




Visão futurista do Cais José Estelita que ilustra o livro Recife de Meus Sonhos de Edvaldo Arlego.



Cais José Estelita Hoje (Abril de 2012)

Ontem, dia de domingo (lamentavelmente pouca gente passa por esse local aos domingos) o local foi tomado por algumas pessoas preocupadas com o que se irá fazer do Cais José Estelita.
Um lugar que acho que todos os recifenses tem ou já teve desejo de parar, tirar foto, sentir o ventinho no rosto, tirar fotos e até mesmo criticar a imundície da Bacia do Pina. Mas a verdade é que o lugar é mesmo muito bonito e agradável. Pena que ninguém ou poucos tem coragem de fazer isso, pois tem receio de ser assaltado, pois o lugar é ermo.
Agora que os olhos dos empresários estão voltados para o local e já investiram um bom dinheiro a cidade começa a olhar o local com mais carinho. Aliás, o que falta muito aos recifenses é isso: carinho pela cidade. Pela SUA cidade.
O que se fará com aquele local?
Teremos um paredão de prédios que irão eliminar a luz e a ventilação das ruas do Bairro de São José e consequentemente dos Bairros de Santo Antônio e Boa Vista? É por que todos nós sabemos que o ar circula, né?
Preocupação louvável por parte do grupo que se manifestou no domingo dia 15 de Abril.
Acho que interessa a todos os recifenses e moradores da cidade esse tema.
Explorar o local é muito bom, mas desde que se considere todos os impactos que essa ocupação irá promover.
Estamos de olho!



Projeto do Cais com as torres contendo residenciais e empresariais.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Avante!!!

Olha aí uma dica bem boa:

Avante em Goiana
Quando? 30 de março.
Que horas? 22h
Onde? Rua da Baixinha no Centro
Quem? Acho que Siba, né?

segunda-feira, 19 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sexta Reggae

Pra quem curte o som nego-bom:

Dia 16/03/2012
Cachaçaria Virgulino (Rua do Sol, 319 - Carmo - Olinda - PE)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Transcrevendo as emoções dos que tem Batutas em Seus corações!

Estou transcrevendo ou "transpostando" comentários sobre o Batutas de São José...
Fiz questão de copiar todo o conteúdo, incluindo os comentários, pois a partir dos comentários dos bloguistas e blogueiros podemos avaliar um pouco do amor ao Batutas.



João Santiago (Recife, Mar/1928 - Nov/1985)
Dos blocos carnavalescos mistos em atividade no Carnaval do Recife, o Batutas de São José é o mais antigo, surgido que fora de uma dissidência do decano Batutas da Boa Vista. Muito embora alguns dos blocos renascidos se considerem mais longevos, somente o Batutas tem uma atividade ininterrupta desde a sua fundação, naquela tarde chuvosa de 5 de junho de 1932.
Curiosamente o Batutas de São José teve a história do seu dia-a-dia contada em versos musicados, transformados em marchas de bloco e eternizados através das vozes dos seus simpatizantes. Uma estória (muito mais estória do que história), só conhecida e interpretada por aqueles que viveram as diferentes situações do caminhar do simpático bloco de São José.
Esta singular narrativa nos é contada, ao longo de mais de três décadas, pelo compositor e carnavalesco João Santiago dos Reis. Nascido no bairro recifense da Torre, em 1º de março de 1928, filho do músico José Felipe dos Reis (fundador da Orquestra Sinfônica do Recife e da orquestra da PRA 8), inspirou-se ele em fatos corriqueiros do dia-a-dia para escrever o cancioneiro do seu bloco querido.
A partir de 1952, João Santiago, em parceria com José Felipe, transformou situações curiosas em alegres marchas de bloco. Assim surgiram: A vitória é nossa (c/ José Felipe); O adeus de Lia (c/ José Felipe); Vou com Valdemar (1958);  Convença-se (1960); Depois eu digo (c/ José Felipe); A parada é dura (c/ José Felipe); Surpresa (c/ José Felipe); Relembrando o passado (1959); Reminiscência (1961); Escuta Levino (1962); Edite no cordão (1965); Trinta anos de glória (1968), Zezé (1973); todas, em sua maioria, inspiradas no dia-a-dia da simpática agremiação do bairro de São José.
Em A vitória é nossa, outro grande sucesso em parceira com José Felipe dos Reis, dá continuidade a sua singular crônica ao descrever todo um clima que antecede o carnaval vivenciado dentro de uma agremiação carnavalesca: Chegou o Carnaval morena / Por isso Batutas anuncia / Não perderemos a porfia / Veja o que estou a afirmar / Batutas este ano vai desacatar [...] / Agora o Carnaval chegou / Bandeira gritou / “Não podemos perder” / Pode crer / No que vou lhe dizer / O Batutas este ano / A vitória vai ter.
De um desentendimento entre arrendatários do bar do Batutas surgiu, em 1958, Vou com Valdemar, segundo lugar no Concurso de Músicas Carnavalescas da Prefeitura do Recife: Você! / Não se iluda com o boato / Porque! / O boato não é legal / Abandone esta confusão / Porque o Batutas / É do meu coração.  Dois anos depois, ainda inspirado no mesmo tema, foi a vez de Convença-se, terceiro lugar no mesmo concurso da Prefeitura do Recife.
Não esqueceu o nosso saudoso Joca (como era chamado pelos seus familiares) dos blocos desaparecidos do nosso Carnaval, como “Camponeses”, “Camelo”, “Pavão de Ouro”, “Bobos em Folia” e “Flor da Lira”, todos eles citados em Relembrando o Passado, marcha ainda hoje cantada em nossas ruas: … Os “Camponeses”, “Camelo” e “Pavão / “Bobos em Folia”, do Sebastião. / Também “Flor da Lira”, com seus violões / Impressionava com suas canções.
Personagens anônimos da agremiação passaram para história, graças ao lugar de destaque conquistado no repertório do Batutas de São José: o fundador Augusto Bandeira (A vitória é nossa); Edite, figura obrigatória na ala feminina do bloco (Edite no Cordão); Osmundo, um barbeiro do bairro de Iputinga que, apesar do peso da idade, sempre foi o “reco-reco de ouro” (Reminiscência); o mestre Levino Ferreira, o mais importante compositor de frevos-de-rua do carnaval pernambucano (Escuta Levino), só para citar alguns; parte dessas músicas integram o disco Rozenblit, João Santiago e os 50 anos do Bloco Batutas de São José (LP 90021) 1982.
Mas o grande sucesso da História do Batutas de São José, segundo a narrativa musical de João Santiago, ficou por conta de Sabe lá qué’ isso (sic). Escrita para o carnaval de 1952, a marcha só veio a ser gravada em 1973, pelo Quinteto Violado e Zélia Barbosa, na etiqueta Marcus Pereira, Música Popular do Nordeste v. 1 (LP 4035001), sob o título Hino do Batutas de São José; seguindo-se de um segundo lançamento, dois anos mais tarde, pelo sambista Martinho da Vila, com arranjo orquestral a cargo do pernambucano Severino Araújo que fez desse frevo um sucesso nacional, com sucessivas regravações:
Eu quero entrar na folia, meu bem
Você sabe lá o qué’ isso
Batutas de São José, isso é parece que tem feitiço
Batutas tem atrações que,
ninguém pode resistir
Um  frevo desses bem faz,
demais a gente se distinguir…
João Santiago dos Reis, um dos nomes mais esquecidos do nosso Carnaval, faleceu na emergência do Hospital Getúlio Vargas, bairro do Cordeiro, na noite de 11 de novembro de 1985; em sua homenagem o compositor Getúlio Cavalcanti escreveu Chora Batutas:
João Santiago deixou o Batutas
Chora saudades seu pessoal
Banhistas hoje apesar das lutas
Sente a tristeza do seu rival
E abre seus braços pela partida
De quem deu vida
Ao nosso Carnaval…
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8 Respostas em: “JOÃO SANTIAGO, O POETA DO BATUTAS”

  • Monsenhor Fred Monteiro Diz:
    Excelente texto, com uma verdadeira aula de História do Carnaval do Recife. Realmente, Leonardo, tenta-se passar a ideia de que outros blocos que precocemente saíram de cena são mais antigos que o Batutas, apenas porque foram refundados (se fossem humanos, seriam reencarnados? )
    agora em pleno século XXI, o que é uma falácia. Viva Batutas !
  • Monsenhor Fred Monteiro Diz:
    Recentemente, gravamos num disco do CEMCAPE de frevos de bloco a introdução original do Hino dos Batutas de São José, no arranjo do próprio João Santiago. É uma introdução completamente diferente desta versão gravada por Martinho da Vila e que se tornou, depois da Banda de Pau e Corda, padrão em todas as regravações e execuções do Hino dos Batutas. Uma pena, pois sente-se, na introdução de Santiago, a marca do compositor !
  • Cardeal Jorge Macedo - Recife PE Diz:
    Bispo Leonardo: Parabéns pela homenagem a João Santiago e ao tradicional Bloco Batutas de São José. O nosso Mestre Pesquisador e Colunista Leonardo se encontra na Bélgica, representando o Instituto Ricardo Brennand. Talvez o Monsenhor Fred Monteiro tenha conhecimento e responda esta minha pergunta. Quando jovem acompanhava o regresso de Batutas de São José na quarta-feira de cinzas em sua sede na Rua da Concórdia. A última canção do bloco emocionava a todos. Lembro apenas uma pequena parte da música. Era mais ou menos assim: “Adeus adeus folião, é hora de regressar….” Talvez Julio Vila Nova do Cordas e Retalhos, se ler este comentário, possa lançar alguma luz sobre o assunto.
    Recordar é viver! Abraços a todos!
  • Julio Vila Nova Diz:
    Prezado Jorge Macedo, você deve estar se referindo à canção intitulada “Regresso”, de Augusto Bandeira, que é realmente uma beleza. Imagino a emoção da despedida do bloco cantando os versos: “Adeus, adeus querido carnaval/ vamos partir levando mil recordações/ porque o nosso bloco sem rival / tem simpatia, prende todos corações/ Adeus, adeus, foliões / são horas de regressar / com saudade das nossas canções / os foliões, com pena, vão chorar / Adeus, que vamos partir / Batutas de São José / Nossa falta o povo vai sentir / porque regressa o bloco da fé // Batutas campeão dos campeões / Soube vencer, soube brilhar no carnaval / porque entre mil aclamações / Vai regressando nosso bloco sem rival / Adeus, adeus, foliões / são horas de regressar / com saudade das nossas canções / os foliões, com pena, vão chorar / Adeus, que vamos partir / Batutas de São José / Nossa falta o povo vai sentir / porque regressa o bloco da fé”.
    Foi gravada no LP Frevo de Bloco, pela Marcus Pereira, lançado em 1980. Direção Musical de Zoca MAdureira. Coral Feminino e Conjunto Romançal, do qual participavam o fubÂnico Walmir Chagas (pandeiro), mais Antúlio MAdureira, Antero Madureira, Antônio CArlos Nóbrega, CArlos SAmpaio, Manoel Agostinho, Reginaldo BArros e Antônio Melo.
    Também está no LP João Santiago e os 50 Anos do Batutas de São José, reeditado em 2008, em formato CD, com outra capa, e incluindo a canção “Bom é Batuta” (Carlos Fernando), interpretada por Caetano Veloso, gravação original feita em 1979, no vol. 1 da série Asas da América.
  • Cardeal Jorge Macedo - Recife PE Diz:
    Meu caro Julio Vila Nova: Meus sinceros agradecimentos por ter me ajudado neste retorno ao passado, pelo menos na recordação. E ainda mais com as suas informações sobre as edições da bela música que emocionava o bairro de São José nas madrugadas da quarta-feira de cinzas. Os participantes do LP de Marcus pereira,citados por você, consta como um acervo histórico. Walmir Chagas ( Véio Mangaba ), Antúlio Madureira, Antônio Nóbrega e tantos outros que hoje participam ativamente de nossa cultura popular musical. Julio, já tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente no Recife antigo, anos atrás, apresentado pelo nosso querido amigo e poeta Romero Amorim , o “Poeta do pátio de São Pedro”! Paz, saúde e um forte abraço!
  • Leonardo Dantas Silva Diz:
    Vila Nova: Copiei sua intervenção e salvei na minha pasta de carnaval, a fim de citá-la em outra ocasião. Muito obrigado por sua gentileza.
  • Julio Vila Nova Diz:
    Prezado Jorge, aguardo uma oportunidade para cumprimentá-lo outra vez.
    Leonardo, antecipei-me na resposta ao amigo Jorge Macedo porque me empolguei com a questão e fui botar o disco aqui pra ouvir de novo o Regresso, que é de fazer chorar. Observei uma coisa a respeito da letra e aproveito para tirar a dúvida: na gravação do LP “João Santiago e os 50 Anos do Batutas…” há uma mudança na letra, na primeira estrofe: “Adeus, adeus querido carnaval / vamos partir levando mil recordações/ porque o nosso bloco sem rival / COM simpatia, prende todos corações…”
    Minha impressão é de que a gravação da Marcus Pereira tem a letra certa, mas deixo com você a solução. Abraço.
  • antoniafuxica Diz:
    Tome a liberdade de copiar toda a página, inclusive com os comentários de todos, pois através destes percebemos o quanto o nosso Batutas é querido.
    antoniafuxica na verdade é um blog que intenciona guardar memórias de longo, médio e curto espaço de tempo. E o Batutas de São José não poderia de forma nenhuma ficar fora das memórias do Carnaval do Brasil

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